Dilma Rousseff foi reapresentada na noite passada, no “Jornal Nacional”, a uma velha conhecida: a ex-Dilma Rousseff.
São duas personagens muito distintas. A nova Dilma, candidata ao Planalto pelo PT, não sabe como lidar com as contradições da ex-Dilma.
Recordou-se à candidata que sua alter-ego defendera a descriminalização do aborto. A neo-Dilma se absteve de prover uma explicação sobre a mudança de opinião.
Ofereceu-se a ela uma segunda oportunidade. A carta-rendição aos evangélicos não é um “recuo”, uma “contradição”?
A nova Dilma refugou a oferta: “Não vejo contradição”. Disse: Não se pode prender as 3,5 milhões de mulheres. O aborto é caso de saúde pública, não de polícia.
Nenhuma palavra sobre a descriminalização de que falava a ex-Dilma. A nova Dilma é contra a modificação da lei. Às favas com os vídeos que expõem o contrário.
O maior problema da candidata é que suas contradições foram demarcadas com zelo. Revelaram-se também no Erenicegate.
A ex-Dilma se autoproclamava supergerente. Desde a Casa Civil, coordenava todo o governo Lula. Nada parecia figir-lhe do campo de visão.
Súbito, descobriu-se que Erenice Guerra, sua ex-braço direito, empregara parentes e facilitara o tráfico de influência. Tudo sob o nariz da ex-Dilma.
Instada a comentar o malfeito pela enésima vez, a nova Dilma revelou-se uma gestora ordinária, comum.
“Ninguém controla o governo inteiro. O que tem que ter é a garantia de que, havendo o malfeito, você investiga e pune”.
Para sair das cordas, citou o rival tucano José Serra e a Erenice dele, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. O tucanato, disse ela, esquiva-se de investigar.
Antes que soasse o gongo da entrevista, foi à bancada o nome de Ciro Gomes (PSB-CE). Um aliado que, meses atrás, dissera: “O Serra é mais preparado”.
São duas personagens muito distintas. A nova Dilma, candidata ao Planalto pelo PT, não sabe como lidar com as contradições da ex-Dilma.
Recordou-se à candidata que sua alter-ego defendera a descriminalização do aborto. A neo-Dilma se absteve de prover uma explicação sobre a mudança de opinião.
Ofereceu-se a ela uma segunda oportunidade. A carta-rendição aos evangélicos não é um “recuo”, uma “contradição”?
A nova Dilma refugou a oferta: “Não vejo contradição”. Disse: Não se pode prender as 3,5 milhões de mulheres. O aborto é caso de saúde pública, não de polícia.
Nenhuma palavra sobre a descriminalização de que falava a ex-Dilma. A nova Dilma é contra a modificação da lei. Às favas com os vídeos que expõem o contrário.
O maior problema da candidata é que suas contradições foram demarcadas com zelo. Revelaram-se também no Erenicegate.
A ex-Dilma se autoproclamava supergerente. Desde a Casa Civil, coordenava todo o governo Lula. Nada parecia figir-lhe do campo de visão.
Súbito, descobriu-se que Erenice Guerra, sua ex-braço direito, empregara parentes e facilitara o tráfico de influência. Tudo sob o nariz da ex-Dilma.
Instada a comentar o malfeito pela enésima vez, a nova Dilma revelou-se uma gestora ordinária, comum.
“Ninguém controla o governo inteiro. O que tem que ter é a garantia de que, havendo o malfeito, você investiga e pune”.
Para sair das cordas, citou o rival tucano José Serra e a Erenice dele, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. O tucanato, disse ela, esquiva-se de investigar.
Antes que soasse o gongo da entrevista, foi à bancada o nome de Ciro Gomes (PSB-CE). Um aliado que, meses atrás, dissera: “O Serra é mais preparado”.
A ex-Dilma, dona de temperamento mercurial, talvez desancasse Ciro. A neo-Dilma, mais compreensiva, admitiu-o na coordenação de sua campanha.
A dúvida que remanesce é a seguinte: se as urnas sorrirem para a pupila de Lula, quem governará o país, a Dilma ou a ex-Dilma?
BLOG DO JOSIAS DE SOUZA - UOL
A dúvida que remanesce é a seguinte: se as urnas sorrirem para a pupila de Lula, quem governará o país, a Dilma ou a ex-Dilma?
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