quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ferrovia Nova Transnordestina: uma das mentiras do PAC

O balanço 2010 do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) expõe de forma negativa um dos principais cartões de visita da campanha de Dilma Rousseff, apresentada pelo presidente como "a mãe" do programa e responsável por seu gerenciamento.

O relatório oficial do governo, disponível no link (http://www.brasil.gov.br/pac/relatorios/nacionais/10o-balanco), é uma compilação de dados sem menor possibilidade de comprovação. Para cada ação há um valor orçamentário, tempo de execução - que deveria ser cumprido - e uma espécie de carimbo que indica se está tudo em ordem no andamento.

No entanto, ao cruzar as informações do balanço 2010 do PAC com a realidade, nota-se facilmente que o documento não se sustenta e está recheado de imprecisões e mentiras.

Um exemplo é a Ferrovia Nova Transnordestina, que deve passar por cinco estados e facilitar o escoamento da produção no Nordeste. O andamento do projeto consta como “adequado”. Mas não é verdade.

Neste caso, os números apresentados no balanço oficial chamam atenção: o investimento total previsto é de cerca de R$ 5,4 bilhões, sendo que R$ 4,45 bilhões deveriam ser gastos entre 2007 e 2010. Porém, é difícil encontrar comprovações documentadas de que estes valores já foram investidos.

Um indicativo de que a realidade está distante daquela apresentada no papel pode ser visto no site da concessionária responsável pelo projeto, a Transnordestina Logística S.A.. No link a seguir (http://www.csn.com.br/portal/page?_pageid=595,214959&_dad=portal&_schema=PORTAL), fica nítido que a obra está, pelo menos, pela metade.

Há também uma reportagem do site Tendências e Mercado (http://www.tendenciasemercado.com.br/negocios/transnordestina-inicia-obras/), de agosto de 2010, que reforça esta afirmação do atraso.

Portanto, onde estão os quase R$ 4,5 bilhões que deveriam ter sido investidos nos últimos três anos? Os valores já foram gastos mesmo ou só existem no papel? Estas são perguntas impossíveis de serem respondidas acessando os sites do governo ou da própria concessionária, que apresenta apenas um mapa do andamento das obras.
Serra45

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